Acusado de matar o pai e a madrasta a tiros no dia 28 de março de 2004, Gil Rugai foi condenado na tarde desta sexta-feira pelo crime de duplo homicídio por motivo torpe. A decisão foi proferida pelo juiz às 16h30 no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da cidade, depois de cinco dias de julgamento. A pena será anunciada em breve pelo juiz Adilson Simoni, presidente do júri.
Por volta das 13h30, o promotor Rogério Leão Zagallo terminou sua explanação e finalizou as acusações do caso. Rugai é acusado de matar o pai e a madrasta a tiros na noite de 28 de março de 2004, na mansão onde ambos viviam, em Perdizes, no zona oeste da cidade.
Em 1h30 de argumentação, Zagallo traçou o perfil de Gil Rugai, considerando-o “hora psicopata, hora tranquilo”. Apresentou depoimentos de pessoas que afirmam ter visto com ele uma arma, indicou a existência de um desfalque que teria sido descoberto pelo pai e pela madrasta e apontou para a “coincidência” da arma do crime ter sido encontrada no prédio onde Gil mantinha escritório, nos Jardins.
Nem a declaração do irmão do acusado, Leo Grego Rugai, de 27 anos de que Gil Rugai era inocente foi capaz de convencer a maioria dos jurados. Em depoimento dado na quarta-feira, ele saiu em defesa do irmão. “Foi uma coisa de olho no olho. Ele me garantiu (que não matou Luiz Carlos Rugai, de 40 anos, e Alessandra Troitino, de 33). Olhei no dele e acreditei”, contou o irmão.
Na quinta-feira, Gil Rugai se calou diante das perguntas da acusação. Antes disso, ao juiz Adilson Simoni, o acusado se declarou inocente e disse desconhecer os motivos da denúncia. “Sou inocente, não sei porque estou aqui.” Apesar da recusa, a acusação queria fazer as perguntas em plenário para mostrar aos jurados as dúvidas que não seriam respondidas. A defesa protestou e o juiz decidiu que as perguntas não seriam lidas e o julgamento prosseguiu só com questões da defesa. Ao advogado o réu respondeu com firmeza e objetividade, ao contrário do comportamento que por vezes apresentava até então.