A Secretaria de Segurança do Estado do Rio desencadeou nesta sexta-feira a Operação Fortaleza para cumprir 72 mandados de prisão (sendo 21 deles contra policiais militares), 69 mandados de busca e apreensão e três mandados de apreensão de menores. Todos são acusados de envolvimento com o tráfico de drogas no Morro da Providência (que possui uma Unidade de Polícia Pacificadora desde abril de 2010) e na zona portuária do Rio.
De acordo com investigações da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), casarões na zona portuária invadidos por famílias carentes eram utilizados por traficantes de drogas. Os moradores saíam destes locais somente com a autorização dos criminosos, que instalaram portões de ferro, em locais estratégicos, para controlar a circulação de pessoas.
Os traficantes também utilizavam adolescentes na função de "vapor" (pessoa que negocia e entrega a droga diretamente ao usuário). A base do grupo era o Morro da Providência, mas a quadrilha também agia por toda a zona portuária do Rio. Após 10 meses de investigações, a polícia conseguiu identificar os criminosos, os locais de atuação da quadrilha, e os locais de guarda de armas e drogas.
Com base em indícios surgidos durante as investigações da DPCA, a Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) iniciou a apuração de uma suposta associação de policiais militares com o tráfico de drogas na região central da cidade. Os agentes monitoraram 21 PMs responsáveis pelo patrulhamento da região. As investigações constataram que um grupo de 21 policiais lotados no 5º Batalhão (Praça da Harmonia) recebia propina para não reprimir o tráfico de drogas na região. Todos tiveram a prisão decretada.
Até o fim da tarde desta sexta, 18 PMs e 28 supostos traficantes haviam sido presos. Durante a operação, duas pessoas foram presas em flagrante, com armas e drogas. A ação contou com cerca de 200 policiais civis e militares, e teve o apoio de helicópteros.