O livro, de 56 páginas, foi escrito por sugestão do advogado de Mizael, Samir Haddad Júnior. O defensor espera que os jurados possam ler o livro, mesmo tendo terminado na quarta-feira (06) o prazo legal para apresentá-lo à Justiça. “Vou pedir ao juiz, ao promotor e ao assistente de acusação, pelo princípio de ampla defesa e do contraditório, que concordem com a entrega de um livro para cada jurado, até porque não consta o nome das pessoas envolvidas no processo. É uma ficção em cima de uma história verdadeira.”
Mizael trocou os nomes dos principais personagens. “Em respeito ao sentimento religioso e aos mortos, bem como visando a eximir-me de possíveis crimes contra a honra, este trabalho apresentará alguns de seus personagens com nome fictício”, diz, na página 4. No livro, o delegado que investiga o caso chama Roolim e aponta o narrador como suspeito desde o início, sem cogitar outras possibilidades. Na vida real, o crime foi investigado pelo delegado Antônio de Olim.
O advogado de Mizael não vê motivo para que o livro seja vetado. “O livro é inofensivo, não sei por que a acusação está tão receosa. Se não permitirem, vou pedir que conste na ata a proibição e o julgamento vai seguir.”
O promotor Rodrigo Merli Antunes disse que não sabe se terá tempo para avaliar o livro antes de aprovar a distribuição para os jurados. “Só vai poder apresentar o livro (para os jurados) se eu concordar. E, para isso, tenho de analisar antes. Ainda não li este best-seller”, ironizou.
O contador Márcio Nakashima, de 35 anos, irmão de Mércia, ficou irritado. “Ele se comparou a Jesus, não consigo entender.” Márcio nega que tivesse preconceito contra Mizael.