O produtor musical do grupo Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão, disse que comprou os fogos, mas não participou do show pirotécnico que provocou o incêndio na boate Kiss, em depoimento prestado à polícia gaúcha nesta terça-feira. Os delegados que investigam a tragédia que matou 241 pessoas também tentaram ouvir o empresário Mauro Hoffmann, um dos sócios da casa noturna, mas foram informados pela defesa de que ele só falará em juízo.
Depois de cruzar informações das listas de mortos, feridos atendidos em hospitais e pessoas que informaram seus nomes pela internet, a polícia acredita que mais de mil pessoas estiveram na Kiss na noite da tragédia. Como a capacidade da casa era de 691 pessoas, o número confirmaria a superlotação. O advogado de Spohr questionou os números por considerar a internet pouco confiável e também por entender que a lotação conhecida é de um projeto antigo da boate, que teria aumentado sua capacidade posteriormente.
Spohr, Hoffmann, Leão e também o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos estão presos preventivamente na Penitenciária de Santa Maria como principais suspeitos pela tragédia, ocorrida no dia 27 de janeiro. A polícia vai concluir o inquérito nos próximos dias e pode apontar também outras pessoas como responsáveis pelo incêndio, por negligência na emissão de documentos e fiscalização.