O terceiro dia do júri de Mizael Bispo de Souza, nesta quarta-feira, é marcado pela tentativa da defesa de desqualificar as provas técnicas que incriminam o ex-policial militar. Primeiro a depor, o perito Renato Pattoli falou sobre dados técnicos e provas coletadas durante a investigação. Ele disse que a alga encontrada no sapato de Mizael poderia ter vindo de outra represa. Anteriormente, o biólogo e testemunha de acusação Carlos Eduardo de Mattos Bicudo havia apresentado indícios da presença do réu na represa em Nazaré Paulista, onde o carro e o corpo de Mércia Nakashima foram encontrados.
O advogado de defesa Wagner Garcia questionou o perito se teria havido falha na coleta de provas na casa de Mizael. “Não considero que houve falhas”, respondeu a testemunha. “Você tem que traçar uma linha e ir atrás dessa linha. Falar depois que as coisas acontecem é fácil”. Segundo o perito, toda coleta de provas pode ser melhorada em uma investigação, mas ele afirma que fez o possível diante do contexto e do tempo que tinha para fazer o trabalho.
O assistente de acusação, Alexandre Sá, demonstrou irritação com as perguntas feitas ao perito pelo advogado de defesa Wagner Garcia. Ele chegou a deixar o plenário.
Segundo acompanhou o jornal O Estado de S. Paulo, o depoimento de Pattoli tem deixado os jurados com dúvidas. Em duas ocasiões, eles encaminharam perguntas à testemunha. Por volta das 12 horas o promotor do caso, Rodrigo Merli, começou a questionar o perito. Ainda devem ser ouvidos nesta quarta-feira Osvaldo Negrini Neto, Eduardo Zocchi e Hélio Ramacciotti.
O ex-policial militar Mizael Bispo de Souza é acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima, em 2010.