A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu pedir mais informações a quatro ex-servidores públicos envolvidos no esquema criminoso infiltrado em órgãos federais descoberto pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF), deflagrada em novembro do ano passado.
No entanto, após receber os autos e o inquérito policial da operação, o colegiado decidiu pedir informações complementares aos envolvidos. Segundo o presidente da comissão, conselheiro Américo Lacombe, no primeiro pedido de esclarecimentos – ainda em dezembro – o colegiado não tinha ideia da “complexidade” do tema. “A matéria é complexa, o volume de material é muito grande, então temos que dar um prazo grande para a defesa”, disse nesta segunda-feira, ao fim da reunião da comissão.
Os quatro envolvidos terão 30 dias para responder ao pedido da comissão, a partir da data em que forem notificados. Segundo Lacombe, os ofícios foram enviados aos envolvidos na semana passada.
Lacombe confirmou que a comissão recebeu resposta ao pedido de informações feito ao advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, no fim de fevereiro, também relacionado a denúncias de seu envolvimento no esquema desmontado pela Operação Porto Seguro.
A operação foi deflagrada em novembro do ano passado e desmontou esquema criminoso infiltrado em órgãos federais para venda de pareceres técnicos para a iniciativa privada.
O esquema envolvia servidores da Anac, ANA, AGU e Secretaria do Patrimônio da União. Entre os investigados estava o ex-advogado-geral adjunto José Weber de Holanda, que foi indicado por Adams.