Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, também corredor, a ideia é usar o projeto para aproximar a população da GCM. Se a população aderir, pretendemos expandir para outros parques da cidade, afirma Porto. A cada meia hora, um grupo composto por um professor de Educação Física e dois monitores percorrerá um trajeto de três quilômetros no Ibirapuera.
Muita gente vai ao parque e não tem companhia para correr, diz Porto. Para correr com os guardas-civis, bastará ir até a tenda da corporação, na Praça do Porquinho, próximo do Portão 6. Não é necessário fazer inscrição e o número de corredores é ilimitado.
Além de praticarem corrida, os guardas darão orientação aos corredores e farão sessões de alongamento. A grande maioria dos GCMs do parque, um total de 134, deve permanecer fazendo apenas suas funções de proteção ao patrimônio municipal. A ação é uma estratégia para tentar colar a imagem de Guarda Comunitária, uma das ideais anunciadas na campanha pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Desde que assumiu, a atual gestão tenta retirar a fama de truculenta da corporação, acusada de agredir moradores de rua no centro e envolvida em brigas com skatistas na Praça Roosevelt. Uma das primeiras atitudes foi trocar o comando da GCM, hoje sob responsabilidade de Eduardo de Siqueira Bias. Ele e o secretário Roberto Porto participarão da corrida inaugural.
Exotismo
Especialista em segurança, o coronel José Vicente da Silva discorda que esse tipo de ação aproxime a GCM da comunidade. Não vejo nada a ver com a trabalho profissional da guarda, um exotismo sem resultado. Só se melhora a relação com a população no exercício da própria função, afirma.
Já o presidente do Sindicato dos Guardas-Civis Metropolitanos da Cidade de São Paulo, Carlos Augusto de Souza, afirma que a ação pode ajudar a quebrar a desconfiança em relação a membros da corporação. Talvez seja uma semente de um policiamento comunitário, no sentido de trazer a população para se aproximar da instituição, afirma. Com a GCM desprestigiada, nos últimos seis anos, mais de 1,5 mil integrantes deixaram a corporação. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.