Jornal Estado de Minas

Polícia de Choque mantém cerco ao Museu do Índio, no Rio

Indígenas serão retirados à força se não saírem pacificamente

Agência Brasil

Manifestantes que estão do lado de fora ocuparam a avenida Radial Oeste e foram retirados à força - Foto: Vladimir Platonow/ABr

 Policiais do Batalhão de Choque mantém desde as 3h de hoje (22) o cerco em torno do prédio do antigo Museu do Índio, na zona norte da cidade. Carros blindados conhecidos como caveirões foram deslocados para o local, a fim de reforçar o trabalho de isolamento.

 Mais cedo, manifestantes que estão do lado de fora, em solidariedade aos índios, ocuparam a avenida Radial Oeste, uma das principais da cidade, paralisando totalmente o trânsito. Os policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo e jogaram spray de pimenta nos manifestantes, que foram retirados à força do meio da via.

 

Oficiais de Justiça chegaram por volta das 8h, com o documento de imissão de posse deferido pela Justiça Federal a pedido do governo do estado. Acompanhados de integrantes do governo, de deputados estaduais e vereadorse, eles tentam convencer os índios e demais ocupantes do antigo museu a saírem pacificamente.

 Caso isso não ocorra, a polícia poderá entrar no imóvel para retirar as pessoas. Um pequeno grupo de índios, mais idosos, aceitou deixar o local e foi levado para um hotel, no centro da cidade, oferecido pelo governo estadual para abrigar todos os indígenas, até que seja construído um centro de referência, em terreno em Jacarepaguá, na zona oeste, ou no parque da Quinta da Boa Vista.

 O prédio do antigo Museu do Índio foi construído no século 19 e abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo Marechal Candido Rondon. Já como museu, o local teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro.

 O governo do Rio chegou a cogitar demolir o prédio, como parte das obras de reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, mas desistiu e, atualmente, pretende instalar no local um museu olímpico.