Jornal Estado de Minas

Após saída de índios de antigo museu, manifestantes e policiais entram em confronto no Rio

Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha

Agência Brasil Agência Estado

Houve enfrentamento entre policiais e manifestantes - Foto: Foto repórter/Vladimir Platonow/ABr

 Manifestantes que acompanhavam, do lado de fora, a saída de indígenas do prédio do antigo Museu do Índio ocuparam a Avenida Radial Oeste, uma das principais e mais movimentadas da cidade do Rio, que passa ao lado do museu. Todos os índios saíram pacificamente e o imóvel está vazio.

 

O Batalhão de Choque da Polícia Militar usa bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes, que fizeram uma corrente humana no meio da pista. Eles estão sendo retirados à força. Jornalistas também foram atingidos e o clima é de confusão

 O defensor público da União, Daniel Macedo, que vinha negociando a saída pacífica dos índios, se emocionou. Ele disse que vai ajuizar ação por abuso de autoridade contra quem autorizou a entrada da polícia. "A ação é arbitrária. Não precisava, as crianças já tinham sido retiradas, e tinha apenas um pequeno grupo lá dentro, quando o choque entrou", disse o deputado estadual Marcelo Freixo.

 O prédio estava cercado desde às 3h por policiais do Batalhão de Choque. Por ordem da Justiça Federal, o imóvel deveria ser desocupado ainda hoje (22), a pedido do governo do estado do Rio de Janeiro, que deseja reformar o local para receber o Museu Olímpico.

Construído no século 19, o prédio abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo Marechal Candido Rondon. Já como museu, o local teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro.