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Juiz recebe índios para discutir local de moradiaTerreno para abrigar índios no Rio será vistoriadoJustiça manda governo do Rio devolver bens pessoais dos índios que ocupavam museuIntimada pelo juiz, a presidência da Funai enviou de Brasília o ouvidor da entidade, Paulo Celso de Oliveira. Também intimado, o governo do Estado não mandou representantes. À tarde, o juiz determinou uma inspeção em prédio desativado do Ministério da Agricultura que fica ao lado do antigo Museu do Índio, no Maracanã, que o governo ameaçou demolir e agora pretende transformar em Museu Olímpico. No entanto, verificou-se que o local, transformado em canteiro de obras para a reforma do estádio do Maracanã, não oferecia condições para abrigar o grupo.
Os 21 índios recusaram a solução apresentada pela secretaria de Direitos Humanos do Estado: passar as noites de sexta e sábado em um hotel da prefeitura que recebe moradores de rua, no centro, e seguir hoje para um terreno que abrigou uma colônia de portadores de hanseníase, em Jacarepaguá, na zona oeste, onde ficariam provisoriamente alojados em contêineres. Outro grupo de 12 índios aceitou a proposta do governo e seguiu hoje para lá.
"Não queremos abrigo. Se não voltarmos para a Aldeia Maracanã, a solução é o Museu do Índio, que é nossa casa também", disse Urutau Guajajara, de 52 anos, que estava desde 2006 na Aldeia Maracanã. Durante a audiência, índios criticaram a postura de Oliveira. "A Funai não nos representa! São 513 anos de perseguição contra a cultura indígena!"