A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro e foi provocada pelo uso de artefato pirotécnico durante show musical. A boate estava superlotada e não tinha saídas de emergência. O fogo queimou a espuma de revestimento acústico, gerando uma fumaça tóxica que matou 234 pessoas no mesmo dia e outras sete posteriormente, em hospitais.
A polícia responsabilizou músicos e sócios da casa noturna, funcionários públicos, bombeiros e prefeito por ações e omissões que teriam levado à sucessão de falhas que criaram condições para o desastre, entre as quais emissão de alvarás sem todas as exigências de proteção contra incêndios, falta de fiscalização, instalações inseguras, superlotação, material de isolamento inadequado e show pirotécnico em ambiente fechado. Dos 16 indiciados que podem ir a júri popular, nove foram acusados de 241 homicídios e 623 tentativas de homicídio. O Ministério Público está analisando as 13 mil páginas e 52 volumes do inquérito desde a manhã de sábado e vai emitir seu parecer à Justiça na semana que vem.
Nesta quarta-feira, quando a tragédia completa dois meses, a associação vai pedir que os moradores de Santa Maria e as pessoas solidárias à dor dos familiares e vítimas se manifestem com algum sinal sonoro, sobretudo buzinas de automóveis, às 18 horas.