Jornal Estado de Minas

Motivo do acidente de ônibus no RJ ainda será apurado

Agência Estado
Ônibus caiu de uma altura de 10 metros de altura, sete pessoas morreram no acidente - Foto: AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA
Sete pessoas morreram e 9 ficaram feridas quando um ônibus caiu do viaduto Brigadeiro Trompowski sobre a pista lateral da avenida Brasil, no sentido centro, nas imediações da Ilha do Governador, na zona norte do Rio, por volta das 16h30 desta terça-feira.
O ônibus pertence à Viação Paranapuan e percorria a linha 328, que vai do Bananal, bairro da Ilha do Governador, até o Castelo, região do centro do Rio. Desgovernado, o coletivo arrancou parte da grade de proteção do viaduto e caiu com as rodas para cima, sem atingir outros veículos nem pessoas.

Galeria de fotos do resgate às vítimas no Rio de Janeiro

Os bombeiros acreditam que havia 16 pessoas dentro do ônibus. Os feridos, entre eles o motorista do ônibus e uma menina de 7 anos, foram encaminhados aos hospitais Federal de Bonsucesso, municipais Souza Aguiar e Miguel Couto e estaduais Getúlio Vargas e Adão Pereira Nunes. Pelo menos dois homens estão internados em estado grave no hospital Miguel Couto.

O motivo do acidente ainda será apurado. O delegado José Pedro da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), que investiga o caso, afirmou que tem duas linhas preliminares de investigação. Uma das hipóteses é de que um passageiro tenha discutido com o motorista e puxado o braço dele, deixando o veículo desgovernado. A outra hipótese é de que o ônibus saiu da rota após bater em um caminhão. Passageiros que escaparam ilesos contaram que um passageiro reclamou da velocidade exagerada com que o motorista conduzia o ônibus. O condutor teria dito que quem estivesse descontente deveria comprar um carro.

Em entrevista à rádio CBN, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) lamentou o acidente e afirmou que ainda não poderia apontar culpados. "Por enquanto há muitas versões, muito boato. Prefiro esperar", afirmou. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o ônibus estava autorizado a circular. A vistoria mais recente ocorreu em 3 de julho de 2012.

O motorista desempregado Fernando Almeida de Azevedo caminhava pela avenida Brasil rumo à casa da filha quando viu o acidente, a poucos metros. "Temi que houvesse algum parente meu entre as vítimas e fui ajudar. Consegui tirar três ou quatro pessoas, que não estavam presas nas ferragens, antes que os bombeiros chegassem e proibissem a gente de ajudar", contou.

A avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio, ficou totalmente interditada por cerca de 20 minutos. Depois permaneceu fechada no sentido centro por mais de duas horas. O congestionamento chegou a nove quilômetros. Oitenta bombeiros trabalharam no resgate às vítimas. A operação contou também com três helicópteros, dos bombeiros e das polícias Civil e Militar.

Em 2012, a Ouvidoria da Secretaria Municipal de Transportes recebeu 28.294 reclamações sobre ônibus. Em 2013 já são 7.455. As cinco reclamações mais frequentes são não parar no ponto, comprometer a segurança dos passageiros, falta de urbanidade, arrancar ou frear bruscamente e alterar ou não cumprir o itinerário.