Em um depoimento bastante emocionado e que durou duas horas e meia o administrador Heraldo Bichara Júnior, de 38 anos, negou que tivesse um relacionamento amoroso com a manicure Suzana Figueiredo, de 22 anos, assassina confessa do filho dele, João Felipe Eiras Bichara, de 6 anos. Acompanhado da mulher, Aline Bichara, e chorando muito, Heraldo revelou que, em meados de 2012, recebeu da manicure três mensagens de texto, pelo celular, que diziam: "Oi, tio Sukita", "gosto de você" e "quero sair com você". As mensagens foram enviadas em um intervalo de três dias.
Leia Mais
Manicure tinha plano de sequestrar garoto assassinado por elaAbalados, pais de criança assassinada por manicure não prestam depoimentoCriança de 6 anos é encontrada morta em carro no RioLaudo confirma que João Felipe foi asfixiado pela manicure no RioAs duas primeiras mensagens, segundo o administrador, teriam sido mandadas de um celular, mas Heraldo não conseguiu identificar a procedência, pois, disse, quando ligava para o número registrado, caía na caixa postal. Após receber a terceira mensagem, de um número diferente, e ligar de volta, o administrador descobriu que a remetente era Suzana. Heraldo trabalha como administrador da uma fazenda do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira, em Piraí, cidade vizinha a Barra do Piraí.
Heraldo também negou que tivesse assediado Suzana, ao contrário do que a manicure disse, informalmente, à polícia na noite do dia 25 de março, quando foi presa, momentos após o corpo do menino João Felipe ter sido encontrado dentro de uma mala na casa da manicure, no centro de Barra do Piraí. O delegado disse que vai pedir à Justiça a quebra do sigilo de dados do celular de Suzana. O objetivo é descobrir com quem ela falava normalmente, com que frequência e se telefonou para alguém durante as horas em que esteve com João Felipe.
"Suzana tinha múltiplos objetivos, entre eles pedir resgate pela criança. É óbvio que, apesar de Heraldo ter ignorado as suas cantadas de pronto, ela iria tentar seduzi-lo de novo. Por isso, vou analisar se a manicure será enquadrada no crime de extorsão mediante sequestro com evento morte, além da ocultação do cadáver. Porém, se eu entender que não houve o primeiro crime, ela será indiciada por homicídio", informou o delegado, que pretende concluir o flagrante e encaminhá-lo nesta quarta-feira (03), ao Ministério Público. A Polícia Civil vai instaurar um inquérito complementar para dar prosseguimento às investigações, já que o prazo legal para conclusão de um flagrante é de dez dias.