O vídeo começou como uma brincadeira. Um irmão de Fernando havia voltado dos Estados Unidos com um aparelho bastante moderno para aquela época: um videocassete. Aquilo caiu no gosto da dupla de amigos - eles gravavam programas, congelavam cenas, voltavam e avançavam... Aí começaram a brincar de redublar coisas. Além do Batman, colocaram suas vozes em programas infantis, jogos de futebol e até no Silvio Santos. “Tudo acabou se perdendo, mas o Bátima fez sucesso entre a turma”, conta Fernando.
O VHS corria de mão em mão. Um emprestava para o outro, alguns copiavam. De tal maneira que os próprios autores da brincadeira perderam o controle da “distribuição”. E um belo dia a fita não voltou mais.
A redescoberta veio no ano 2000. Algum fã criou um site em que colocava os cerca de 20 minutos do vídeo. Aos poucos, nascia um viral - muito antes do YouTube, criado em 2005 e que só popularizou ainda mais a redublagem. “Eu me considero um evangelista do Bátima. Sempre que posso apresento o vídeo para pessoas que acabo de conhecer”, escreve o humorista e apresentador de TV Danilo Gentili, no prefácio do livro.
Conforme o “filme do Bátima” se tornava mais conhecido, nascia uma procura: quem seriam os autores da brincadeira? Fernando e Antônio viraram espécies de celebridades da internet, mesmo tendo feito algo muito antes das redes sociais. “Trinta anos depois, acho que o sucesso se explica pela receita simples: foi algo improvisado e espontâneo”, diz Fernando.
Tanto que a dupla descarta fazer novas incursões - não se tem notícia de que outros VHS feitos por eles nos anos 1980 tenham sobrevivido ao tempo. Ah, sim, para quem quiser assistir ao vídeo, há vários links no YouTube. O mais acessado deles está aqui: https://migre.me/e3fyc. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo
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