Em Santos, a situação é semelhante. Na última segunda-feira (8) a cidade apresentava 4.045 casos de dengue confirmados, com um óbito e outros três em investigação. Em 2012, foram 535 casos e nenhum óbito.
As secretarias municipais da Saúde lembram que a última epidemia nos dois municípios aconteceu em 2010. Na ocasião, Santos teve mais de 8.000 pessoas infectadas e 23 óbitos. Em São José do Rio Preto, a epidemia atingiu 24.286 pessoas e houve 11 vítimas fatais.
As autoridades de saúde destacam que o aumento no número de casos está em parte relacionado a um novo tipo do vírus presente no País, o DEN-4. Como essa variação não circulava no Estado há mais de duas décadas, uma parcela maior da população está suscetível à doença.
“No caso da dengue, uma vez que a pessoa contrai um dos vírus, ela produz anticorpos específicos e fica imune àquele sorotipo da doença”, explica o chefe do laboratório de virologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Celso Granato. “São quatro as variações do sorotipo da dengue e a gravidade da doença pode ser maior no caso de uma segunda infecção.” Segundo Granato, não é possível estabelecer uma relação direta, mas quando há uma maior probabilidade de casos graves, estatisticamente há também um aumento no número de mortes provocadas pela doença.
Idosos
O Ministério da Saúde divulgou nota nesta quarta-feira (10) alertando para um índice maior de mortalidade pela doença em pessoas com mais de 60 anos. De acordo com os dados da pasta, pessoas nesta faixa etária tem 12 vezes mais risco de morrer por dengue. “As causas não estão completamente esclarecidas, mas podem estar relacionadas com a maior prevalência, nesta faixa etária, de doenças crônicas, como cardíacas, diabetes, entre outras”, informou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.