Para dar conta do crescimento na demanda, a prefeitura se viu obrigada a contratar, em caráter emergencial, mais médicos por meio da Fundação Santa Lydia. Um concurso público também está em andamento. Nas ruas, providências também foram tomadas. Foi intensificado o trabalho de combate ao mosquito transmissor. Porém, esse tem sido uma questão séria em Ribeirão Preto, onde alguns bairros apresentam mais de 20% das casas com criadouros, caso, por exemplo, da Vila Carvalho. No resto da cidade, a dificuldade também preocupa, uma vez que 80% dos criadouros encontram-se dentro das residências.
Explicação
Há menos de um mês, a diretora da Divisão de Planejamento em Saúde da secretaria, Maria Luiza Santa Maria, comemorava porque ainda não havia epidemia. "São 170 casos para cada cem mil habitantes, o que não é tão preocupante", disse, na ocasião. Mas a situação se agravou de forma meteórica e hoje são 563 casos para cada cem mil habitantes, bem acima dos 300 previstos para configurar uma epidemia. Indagada nesta quinta-feira sobre a escalada da doença, a diretora alegou que esse aumento era esperado e que, em abril, a dengue deve seguir em alta.
"De 2006 para cá, tivemos números elevados da dengue, o que configura uma situação chamada de hiperendemia", disse Maria Luiza. Segundo ela, isso significa que ocorrências da doença são registrados durante todo o ano, mas com picos em um determinado período, nesse caso entre janeiro e abril de forma crescente. Por isso, ela afirma que os números devem baixar somente a partir de maio.
Consciência
Com relação ao fato de o combate ao mosquito não estar conseguindo reduzir as estatísticas, ela argumenta que isso depende mais da população do que do próprio poder público. "A gente faz campanha de combate aos criadouros, inclusive em instituições como as escolas, mas parece que não resolve", afirma. Para Maria Luiza, somente a conscientização das pessoas garantirá um combate mais efetivo à dengue.