Segundo ele, vereadores da base do governo foram procurados para "tentar forçar uma reunião" com Paes (PMDB). O dirigente sindical afirmou que a orientação para os motoristas das 600 vans afetadas pelo decreto é "manter os veículos na garagem". Sobre a possibilidade de manifestação, ele afirmou que isso será discutido na terça-feira. "Vamos tentar evitar um problema ainda maior." Alguns usuários temem a falta de alternativa. Outros, que não dependem de vans, acreditam numa organização do trânsito.
Ao todo, cerca de 6 mil vans circulam no Rio oficialmente. Estima-se que haja outras 6 mil piratas. As vans surgiram na década de 1990 como transporte complementar, mas rapidamente superaram os trens e o metrô como opção preferencial de muitos cariocas. "O prefeito está tentando colar o caso do estupro na categoria propositalmente", afirmou Biserra, que critica a falta de diálogo com o município. "Há uma má vontade sistemática com as vans. Mas a responsabilidade é do prefeito, que não fiscaliza e os piratas continuam circulando livremente." O sindicalista afirmou que isso ocorre porque há "grande corrupção" e acusou Paes de atuar de forma "autoritária e midiática".
A van em que ocorreu o estupro era de São Gonçalo e circulava irregularmente no Rio. O motorista e o cobrador estão entre os acusados, todos já presos. Após a repercussão do caso, outras vítimas reconheceram os criminosos.
Defesa
Paes defendeu o decreto dizendo que a zona sul é a área que "menos precisa desse tipo de transporte". "Eu não tenho como dizer que as pessoas que operam van são marginais. Ao contrário, a maioria é de gente do bem. Só que em alguns momentos virou caso de polícia." De acordo com o decreto, o objetivo da proibição é "reordenar o trânsito" nos bairros de Botafogo, Humaitá, Urca, Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Vidigal, São Conrado e Rocinha". Estão excluídos da proibição alguns veículos cadastrados para operar nas favelas do Vidigal e da Rocinha. Na campanha de 2012, Paes foi acusado pelo candidato do PSOL, Marcelo Freixo, de favorecer milicianos na forma escolhida para fazer a licitação do transporte alternativo.