Jornal Estado de Minas

Júri do massacre do Carandiru entra no segundo dia

Agência Estado
Promotores no plenário do Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste, onde 26 policiais militares serão julgados - Foto: Marcelo Camargo/ABr. O julgamento de 26 policiais militares acusados de 15 mortes no massacre do Carandiru entra no seu segundo dia nesta terça-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Cinco testemunhas de acusação já foram ouvidas: três ex-detentos do presídio, o ex-diretor de segurança e disciplina da Casa de Detenção e um perito criminal.
Os depoimentos contestaram o número oficial de mortes relatadas. Ao todo, 111 presos teriam sido mortos no Pavilhão 9 do Carandiru, em outubro de 1992. Um dos ex-presidiários disse que contou o dobro de corpos. “A impressão que nós tínhamos era que o número de corpos era muito maior do que o divulgado", disse o agente penitenciário, Moacir dos Santos. O perito Osvaldo Negrini Neto mostrou fotos dos mortos empilhados no pátio do presídio aos jurados e afirmou que a retirada dos corpos do local prejudicou a perícia.

Nesta terça, o júri deve ouvir nove testemunhas de defesa, após a promotoria ter dispensado as demais testemunhas de acusação. O secretário de Segurança Pública à época, Pedro Franco de Campos, e o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho já estão no Fórum da Barra Funda, segundo informações do Tribunal de Justiça. Os dois prestarão depoimento.

Esse é o primeiro julgamento do massacre no Carandiru. Outros 53 PMs serão julgados pela participação na invasão à Casa de Detenção em mais três etapas.