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Estado de Minas

Cresce número de casos de dengue entre gestantes no RJ


postado em 17/04/2013 19:22 / atualizado em 17/04/2013 19:49

As grávidas devem ficar alertas a uma ameaça que está mais frequente neste ano: a dengue. O número de casos da doença entre gestantes no Rio de Janeiro mais do que dobrou. Foram 358 notificações nas 14 primeiras semanas de 2013 - 118% a mais do que o verificado no mesmo período do ano passado, que teve 164 casos. A maioria das notificações está concentrada nas regiões norte e noroeste do Estado, e as ocorrências já representam 73% do registrado durante todo o ano de 2012.

Apesar do aumento no número de casos, as grávidas não correm maior risco de infecção do que a população em geral. "A preocupação em relação às grávidas é que elas têm características específicas que podem eventualmente dificultar o reconhecimento precoce dos sinais de gravidade da doença, por conta das alterações funcionais que ocorrem durante a gravidez", afirma o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.


Ele cita como exemplo a dor abdominal, uma ocorrência comum dependendo da idade gestacional da mulher, mas que pode ser na verdade um sintoma da dengue. "Isso requer um tempo de observação muito maior até o profissional de saúde ter clareza se o que a grávida está apresentando é relacionado à gravidez ou se é complicação decorrente da doença." O tratamento diferenciado para a gestante inclui a obrigatoriedade de realização de hemograma completo - com liberação da paciente somente depois que o resultado do exame estiver disponível - e acompanhamento diário.

O alerta é dado aos profissionais, para que adotem sempre esses procedimentos como rotina, e para as mamães, para que sigam as recomendações. "A orientação do médico influencia muito. Eu sigo à risca a conduta que meu médico me passa", diz a fonoaudióloga Marina Rangel, grávida de 7 meses. A balconista Célia Rodrigues de Oliveira, grávida de oito meses de sua primeira filha, não teve nenhum caso da doença na família, mas está sempre atenta para não deixar passar nenhum sintoma diferente despercebido. "Na primeira gravidez a gente fica com medo de tudo."

De acordo com Roger Rohloff, chefe da UTI Materno-Fetal do Grupo Perinatal e do Hospital Municipal Fernando Magalhães, o diagnóstico precoce para as gestantes é fundamental, e a atenção diferenciada dada a elas ocorre para prevenir possíveis complicações, já que a dengue, na fase aguda da doença, pode levar à má formação do bebê, ao aborto ou ao trabalho de parto prematuro. Se a dengue for próxima ao parto, pode ainda haver transmissão para o bebê, a chamada dengue neonatal. "As formas graves podem acontecer numa primeira infecção, mas é mais provável que isso aconteça numa segunda infecção, ou seja, a pessoa já está sensibilizada por um vírus, do tipo 1, 2 ou 3, e aí vem o vírus 4 que está circulando agora", alerta Rohloff. "A população tem que ficar atenta, porque muita gente teve dengue e nem sabe. A maioria dos casos, por incrível que pareça, é assintomática".

Atualmente, a epidemia de dengue atinge 37 dos 92 municípios do Rio, com 107.168 casos suspeitos e 12 óbitos em todo o Estado. O aumento é de 40% em relação ao mesmo período de 2012 (1º de janeiro a 13 de abril), quando foram registrados 77.414 casos suspeitos, com vinte óbitos.


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