São Paulo, 20 - O juiz José Augusto Marzagão encerrou os trabalhos nesta sexta-feira, dia 19, às 20h10, após o interrogatório do ex-soldado Marcos Ricardo Poloniato. Os debates entre defesa e acusação vão começar neste sábado às 9h.
O dia no Fórum da Barra Funda começou tarde: previsto para as 9h, os trabalhos só iniciaram às 12h, com o interrogatório dos 24 policiais militares presentes - dois dos 26 réus não compareceram por motivos de saúde.
Enquanto um dos quatro era interrogado, os outros três permaneciam fora do plenário a pedido da Promotoria, para que as suas versões dos fatos não fossem influenciadas.
Em comum entre os quatro réus, a afirmação de que a ação dentro do presídio no dia 2 de outubro de 1992 durou cerca de 20 minutos; que os policiais feridos só foram socorridos após a ação; que eles efetuaram entre dois e quatro disparos, mas não sabem se atingiu alguém; e que os embates ocorreram apenas no corredor, e não nas celas.
Quanto às contradições, os oficiais tentavam se justificar afirmando que o caso ocorreu há mais de 20 anos. O capitão Ronaldo, por exemplo, disse que um homem do seu grupo foi atacado a faca. Dornellas, contudo, não se lembrou da cena. Em outro momento, um dos soldados havia dito que o próprio Dornellas havia apreendido a arma pessoalmente. Ele, contudo, não se lembrou de ter recolhido a arma de presos.
Nesta etapa do julgamento do massacre do Carandiru, são julgados 26 dos 79 policiais militares acusados de participarem da invasão à Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992. Os 26 são acusados pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do Pavilhão 9 do Carandiru.