A falta de ambulâncias para atender usuários de drogas é uma das reclamações feitas por familiares de dependentes químicos que procuram o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no Bom Retiro, centro, desde janeiro, quando um plantão judiciário passou a funcionar ali.
O acordo entre Estado e Prefeitura prevê ainda o aumento no número de equipes da Prefeitura que trabalham na rua para tentar levar usuários de drogas para o tratamento voluntariamente. Hoje, a cidade tem oito equipes com médicos e agentes comunitários. Até o fim de maio, serão mais oito grupos.
Outra medida deverá ajudar a diminuir a procura pelo Cratod, que explodiu a partir de janeiro. Até o fim do ano, a Prefeitura pretende fazer com que dez Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps-AD) funcionem 24 horas.
Muitas pessoas que tentavam a internação no Cratod eram orientadas a procurar o Caps antes. Espalhados pela cidade, eles devem ser a porta de entrada para o sistema de tratamento. O serviço poderá ser procurado pelos familiares do dependente químico. O número de Caps-AD 24 horas deve aumentar para 30 no ano que vem.
Polêmica
Ao apresentar o termo de cooperação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que, desde janeiro, foram feitas 658 internações a partir do Cratod. Apenas 10% delas foram involuntárias, concedidas a pedido de familiares. Segundo o governo, não houve internações compulsórias, ou seja, determinadas pela Justiça.
O plantão judiciário foi montado no Cratod justamente para acelerar esses casos. O secretário municipal de Saúde, José Fillipi, afirmou que é contra esse tipo de intervenção. "A internação compulsória é ineficaz, não vamos adotá-la. O que nós percebemos nesses dois meses é que foi desnecessária."