Integrantes de grupo streetpunk de Ceilândia: alinhados com os skinheads e inimigos dos anarcopunks - Foto: Marcelo Ferreira/EM DA PressEles têm entre 18 e 25 anos e só andam em grupos de 10 ou mais. Cabelos espetados ou carecas, suspensório, calças rasgadas, coturnos e jaquetas de rebites fazem parte da apresentação. Nas mochilas, carregam facas, machadinhas, correntes e até soco inglês. Dividem-se entre streetpunks, anarcopunks e skinheads. Independentemente da nomenclatura, são todos conhecidos mundialmente pelo comportamento agressivo de conteúdo ideológico, em alguns casos ligados às intolerâncias racial, religiosa e sexual (leia ilustração). No último domingo, aniversário de 53 anos de Brasília, duas dessas gangues se enfrentaram na Esplanada dos Ministérios com barras de ferro e facas. Três pessoas acabaram esfaqueadas, entre elas um PM.
Os integrantes dos movimentos dizem ser constantes as “tretas” (confrontos) em cidades como Ceilândia, Gama, Sobradinho e Recanto das Emas. A última desavença aconteceu há três meses, próximo ao Museu da República. Um streetpunk levou um tiro na perna após se desentender com anarcopunks. A rixa faz parte de um problema antigo, mas o motivo da rivalidade é confuso.
Os anarcopunks acusam os streetpunks do DF de se juntarem aos skinheads, que pregam o racismo, a homofobia e a violência contra os nordestinos, além de cultuar o nazismo e Adolf Hitler. Por trás disso tudo, no entanto, está a cultura da violência, na qual qualquer desculpa serve para o diferente ser declarado como inimigo.