Jornal Estado de Minas

PF prende 15 acusados de desviar produtos químicos usados na fabricação de drogas

Agência Brasil
 Quinze pessoas foram presas na manhã de hoje (30) durante operação da Polícia Federal (PF), em oito cidades paulistas e no município de Pouso Alegre (MG), destinada a combater o desvio de produtos químicos utilizados na produção de drogas. De acordo com a polícia, apenas um mandado de prisão temporária não foi cumprido, porque o suspeito não foi localizado. O chefe da quadrilha havia sido preso no início das investigações no ano passado. Ele está detido em São Vicente, município da Baixada Santista. A PF não divulga o nome dos presos.
Para comercializar produtos químicos controlados, a quadrilha abria empresas em nome de "laranjas" (testa de ferro, pessoa que empresta seu nome, documentos ou conta bancária para ocultar a identidade de quem a contrata). A polícia estima que foram produzidas 100 toneladas de cocaína com o total de químicos desviados nos últimos três anos. Esse volume de droga movimentou cerca de R$ 1 bilhão. Durante o cumprimento dos 16 mandados de prisão e 23 de busca e apreensão, os policiais localizaram um laboratório de refino de cocaína em Diadema, município do ABC Paulista.

Na Baixada Santista, além de São Vicente, a operação prendeu envolvidos nos municípios de Santos e Praia Grande. Segundo a PF, os criminosos eram dessa região, mas atuavam em diversas cidades, provavelmente com o intuito de facilitar a logística do tráfico. Estavam incluídas na Operação Opus Magna (em referência à busca da pedra filosofal pelos alquimistas), as cidades paulistas de São Paulo, Jarinu, Capivari, São Bernardo do Campo e, em Minas Gerais, o município de Pouso Alegre.

Entre os produtos desviados pela quadrilha, estavam acetona, cafeína, éter, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, benzocaína, lidocaína, ácido bórico e manitol. Eles eram utilizados para fabricar ou aumentar o volume das drogas. As empresas criadas pela quadrilha tinham licença para comercializar os produtos e adquiriam grandes quantidades dos químicos, em especial, a cafeína, sem qualquer prestação de contas ou controle.