A Justiça absolveu nesta sexta-feira os quatro militares que foram acusados pela morte do empresário Paulo César Farias e de sua namorada Suzana Marcolino. Eles foram encontrados mortos a tiros em junho de 1996, em Guaxuma, no litoral norte de Alagoas, onde Farias tinha uma casa de praia. Os jurados rechaçaram a tese de suicídio de Suzana e concluíram que houve duplo homicídio no caso.
Os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva foram acusados pelo Ministério Público de envolvimento do crime e de omissão. Eles faziam a segurança do local onde o casal morreu.
Existiam duas teses na condução das investigações da morte de PC Farias e de sua namorada. Conforme a primeira, sustentada pela defesa e pela polícia alagoana, Suzana teria matado o empresário e depois cometido suicídio, por motivação passional. Pela segunda, defendida pelo Ministério Público, o casal teria sido vítima de duplo homicídio, com envolvimento dos quatro PMs arrolados como réus. Para a promotoria, a morte de PC Farias foi "queima de arquivo".
"Eles (os militares) tinham a missão de salvaguardar a integridade física do PC Farias e, se assim não o fizeram, ou é porque sabiam que o crime seria cometido e não se movimentaram para impedi-lo ou, talvez, tenham participação direta nas mortes", defendeu o promotor.
O empresário foi tesoureiro da campanha presidencial do hoje senador Fernando Collor (PTB-AL), era réu em processos por crimes financeiros e foi o centro das denúncias de corrupção que resultaram no impeachment do presidente, em 1992.