Além de facilitar a vida do profissional, o governo avalia a melhor maneira para diminuir a burocracia para o empregador. Cerri explica que a demanda por especialistas tem aumentado muito, mas as barreiras travam as contratações imediatas. O setor que mais se destaca é o de óleo e gás, que, segundo ele, requer uma mão de obra que não existe no país. “Essas empresas sofrem prejuízos milionários sem esses profissionais. Eles saem das melhores universidades, chegam ao Brasil e demoram pelo menos um ano para conseguir validar o diploma”, relata. “Boa parte vem para ficar um período curto, de um ou dois anos, e não faz sentido ter que fazer prova ou outras disciplinas para poder atuar no país”.
"Saída mais simples" Dados do Ministério do Trabalho mostram que nos últimos três anos mais que quadruplicou a concessão de visto de trabalho para pós-graduados, mestres e doutores. De 736 em 2010 passou para 3.186 no ano passado. Embora critique a proposta de facilitar a entrada de estrangeiros no mercado de trabalho brasileiro, o professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Fernando Pinho reconhece que não há outra solução de curto prazo para o país resolver o problema da falta de mão de obra qualificada. “É uma vergonha porque, em vez de investir na educação, o Brasil vai servir de válvula de escape para países em crise. O país optou pela saída mais simples. Infelizmente, educação é um problema estrutural, demora cerca de 18 anos para formar bem um profissional. Se começarmos a fazer isso hoje, vamos levar quase duas décadas para ter o profissional de que precisamos atualmente”.