Entre os 12 denunciados nesta sexta-feira, estão empresários, motoristas e funcionários de um posto de resfriamento de leite e um médico-veterinário. Em nota, o Ministério Público relacionou os envolvidos como João Cristiano Pranke Marx, Angelica Caponi Marx, João Irio Marx, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Paulo Cesar Chiesa, Arcidio Cavalli, Rosilei Geller, Natalia Junges, Cleomar Canal, Egon Bender e Senald Wachter.
Cada um cuidava de tarefas específicas, como recolher o leite em propriedades rurais, adicionar a mistura e enviar o produto adulterado à indústria. O grupo também tinha "olheiros" que avisavam os motoristas da eventual presença de fiscais do Ministério da Agricultura e tinha um sistema peculiar de comunicação. "Quando um integrante do esquema oferecia música sertaneja (em uma rádio local) para um dos comparsas, estava, na verdade, orientando a forma de proceder da adulteração", revelou o promotor Mauro Rockenbach. Além disso, para tentar driblar possíveis escutas telefônicas, usavam termos como "brique, saguzinho e sopa" para se referir a operações e à própria fraude.
Se a denúncia for aceita pela Justiça, os envolvidos responderão pelos crimes de adulteração de alimentos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Todos os lotes que continham leite identificado como adulterado foram recolhidos do varejo pelas indústrias, a pedido do MP e do Ministério da Fazenda.