"Uma das finalidades da visita do Santo Padre é despertar atenção para a favela e para Guaratiba (bairro da zona oeste onde haverá uma vigília e a missa de encerramento da Jornada) e para a necessidade de dignidade, de melhoria de vida, de trabalho, de habitação. Isso vai levar a reivindicações. Seria bom se ele pudesse visitar todas as favelas para que acontecesse a mesma coisa", disse d. Orani, presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Jornada.
Segundo d. Orani, houve um pedido das forças de segurança para que a favela visitada tivesse Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e Varginha foi escolhida por oferecer melhores condições de segurança para a chegada e a saída do papa. Na homilia, o arcebispo do Rio disse que a escolha "não foi feita no gabinete, mas visitando as comunidades".
Ele afirmou aos fiéis que a visita do papa "é um sinal de que ele quer ir a todas as pessoas da periferia". "Vocês serão visitados em nome das mais de 750 comunidades do Rio. Não é um privilégio, mas um serviço e uma grande responsabilidade", disse.
"Fomos escolhidos não por sermos os melhores, mas por sermos os menores", afirmou o padre Márcio Queiroz, pároco da paróquia de Nossa Senhora de Bonsucesso, que reúne as capelas de Complexo de Manguinhos, onde fica a favela de Varginha. "A Varginha tem 370 famílias e é uma das comunidades mais pobres. Acabamos de passar pela pacificação, vivemos a esperança de dias melhores. Não vamos maquiar a realidade, vamos vivenciar o dia-a-dia", afirmou o padre Márcio sobre a visita do papa. Manguinhos recebeu uma UPP em janeiro deste ano.