Trinta cientistas ligados a universidades públicas e instituições de pesquisa de todo o País, além de dois ex-ministros do governo Lula (José Gomes Temporão, da Saúde, e Sergio Machado Rezende, da Ciência e Tecnologia) assinam um manifesto lançado nesta terça-feira, 21, no Rio de Janeiro, pedindo a descriminalização do uso de drogas no Brasil.
Os signatários pedem que o Congresso altere a atual lei de drogas (Lei 11.343/2006), incluindo objetivamente um limite da quantidade de cada entorpecente que um indivíduo pode portar (ou plantar) para ser considerado usuário, e não traficante. Para eles, o dependente químico deve ser tratado como doente, e não como criminoso. O documento, no entanto, defende que seja mantida a criminalização do tráfico de drogas. O manifesto será entregue ao Congresso Nacional, em data ainda a ser estipulada.
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Durante o lançamento do manifesto na sede do Viva Rio, na zona sul da cidade, o diretor-executivo da ONG, Rubem Cesar Fernandes criticou o projeto de lei 7.663/2010, em tramitação no Congresso Nacional, que endurece o tratamento dispensado a usuários e traficantes. De autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), a proposta aumenta de cinco para oito anos de prisão a pena mínima para condenados por tráfico e autoriza a internação involuntária de dependentes. A medida também não estabelece uma quantidade de drogas para distinguir usuários e traficantes.