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Estado de Minas

CNA volta a cobrar suspensão das demarcações de terras indígenas


postado em 31/05/2013 20:03

Um dia após um índio ser morto a tiros durante uma ação policial de reintegração de posse de uma fazenda localizada em Sidrolândia (MS), em Mato Grosso do Sul, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) voltou a cobrar do governo federal a suspensão das demarcações de terras indígenas. Para a entidade, os processos demarcatórios devem ser interrompidos até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre a obrigatoriedade das 19 condicionantes impostas pela Corte para aprovar a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Acre, sejam aplicadas a outros processos demarcatórios de reservas indígenas. %u201CÉ mais do que hora de o governo federal suspender o processo de demarcação de terras indígenas, conduzido de modo arbitrário, e frequentemente ilegal, pela Funai [Fundação Nacional do Índio], e aguardar que o STF estabeleça em definitivo o regime jurídico de demarcações de terras indígenas no país%u201D, diz a entidade. Ainda na nota, a CNA declara que o %u201Clamentável confronto%u201D ocorrido durante a desocupação da Fazenda Buritis, do ex-deputado estadual Ricardo Bacha, é o que se pode chamar de %u201Ccrônica de uma tragédia anunciada%u201D. %u201CA confederação reiteradas vezes advertiu o Ministério da Justiça e a Advocacia-Geral da União (AGU) para o risco de acontecimentos como esse%u201D, sustenta a entidade, argumentando que órgãos públicos e organizações sociais que dizem defender os índios os usam de massa de manobra, incentivando o antagonismo entre produtores rurais e as comunidades indígenas. %u201CÉ injusto, desumano e inadmissível que os índios, cidadãos brasileiros, sirvam de instrumento a essas iniciativas hostis e ilegais, que, desta vez, produziram uma vítima fatal%u201D, acrescenta a entidade, se referindo a Osiel Gabriel, índio terena de 35 anos, morto durante a ação coordenada pela Polícia Federal com o apoio de policiais militares. %u201CA banalização da ilegalidade, que ignora a posse legítima da terra e promove invasões, depredações e agressões aos proprietários rurais, não pode continuar, sob pena de novas tragédias%u201D, conclui a CNA, lembrando que, antes mesmo dos índios ocuparem a fazenda, no último dia 15, a Justiça Federal já havia se manifestado sobre a ilegalidade da ação. Na mesma semana em que ocuparam a Fazenda Buriti, os índios terenas estenderam a ação a mais três propriedades próximas (Santa Helena, Querência e Cambará). A ocupação das áreas particulares foi a forma que os indígernas escolheram para pressionar as autoridades públicas a ampliar de 2 mil hectares para 17 mil hectares a Aldeia Indígena Buriti, onde, segundo a Funai, vivem cerca de 5 mil índios. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial. A área reivindicada pelos índios foi reconhecida como território tradicional indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2011. O processo, no entanto, foi anulado pela Justiça Federal em Campo Grande e aguarda uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.


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