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Infratores surpreendem ao defender maioridade penal aos 16 anosConsumo de drogas psicoativas aumentou mais de 50% entre 2009 e 2012Uma única redação, das 81 analisadas, recorreu ao argumento da falta de capacidade para entender a gravidade do ato praticado, colocando a responsabilidade na conta do governo. “É errado (a redução da maioridade penal) porque nós somos crianças, não temos mentalidade de adulto, a gente faz o que faz por causa do governo. Nossas famílias passam necessidades e os políticos ficam roubando, e o juiz vai lá e absolve eles (sic)”, diz a redação. Outro jovem não se isenta de culpa, mas explica o que o levou “pro mundo da criminalidade”: “Muitas vezes nossas famílias não têm condições de comprar uma roupa, um calçado, de dar dinheiro para (o jovem) se divertir, e não só eu, mas muitos adolescentes reconhecem as necessidades dentro de casa, sabemos que os recursos no fim do mês mal dão para chegar até o próximo mês. Basta dar uma volta na rua que já nos deparamos com moleques da mesma idade com uma bermuda da hora, um calçado lançamento, celulares, dinheiro, enfim, a tentação é muito grande. Não estou querendo dizer que esse é o motivo de entrar pro mundo da criminalidade, não, mas é um deles”, explica o jovem.
Os dados oficiais sobre os atos infracionais mais cometidos no Brasil dão embasamento à explicação do jovem. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 52% dos delitos que levaram os adolescentes a internação são contra o patrimônio (furto ou roubo) e 26%, ligados a drogas. Os crimes contra a pessoa (homicídio, tentativa de homicídio e lesão corporal) correspondem a 18%. Atos contra a dignidade sexual, como estupro ou atentado violento ao pudor, somam 1% dos registros.