Jornal Estado de Minas

CNJ acerta uma trégua de 15 dias entre índios e fazendeiros em Sidrolândia

Terenas se comprometem a não invadir novas áreas até outro encontro com o governo federal

João Valadares
Índios e fazendeiros chegaram a um acordo no fim da tarde de ontem em relação ao conflito estabelecido no município de Sidrolândia, distante 72km de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, onde um integrante da etnia terena foi assassinado na última quinta-feira. Após reunião no Tribunal de Justiça local, mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os indígenas se comprometeram a não realizar mais nenhuma nova ocupação na região. Em contrapartida, os produtores rurais garantiram que não entrariam com pedido de reintegração de posse das terras já ocupadas. Em 15 dias, o CNJ garantiu aos índios que marcaria uma audiência com o governo federal para tentar solucionar o impasse.

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o corpo do índio terena Oziel Gabriel, 35 anos, assassinado durante confronto com as polícias Militar e Federal, em Sidrolândia, passou por nova autópsia na tarde de ontem. Um perito ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e um médico legista da Polícia Federal, ambos de Brasília, realizaram a necrópsia no Instituto Médico Legal de Campo Grande.
Conforme informações do Ministério Público Federal, o primeiro exame, feito ainda em Sidrolândia, não identificou sequer o calibre da bala que atingiu Oziel durante o cumprimento de ordem judicial de reintegração de posse da Fazenda Buriti. O laudo da nova perícia deve ficar pronto em 15 dias e será anexado ao inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar o caso.