A Polícia Federal de Pernambuco já solicitou à polícia italiana a extradição do israelense Gedalya Tauber, 77 anos, preso na quinta-feira, em Roma, na Itália, quando tentava entrar no país depois de retornar de Boston.O ex-oficial do Exército israelense, foi condenado sob a acusação de chefiar uma quadrilha de tráfico de órgãos.
Autorizado pela Justiça, ele deixou o Brasil em janeiro de 2009 para visitar parentes em Israel por 30 dias, mas não retornou ao Brasil. Desde então estava sendo procurado pela polícia internacional. A fuga do poderoso chefão que aliciou mais de 30 pessoas na Região Metropolitana do Recife (RMR) foi divulgada com exclusividade pelo Diario no dia 17 de agosto de 2011. Caso tivesse cumprido a pena, estaria livre da condenação em setembro de 2012.
As vítimas que eram atraídas pela quadrilha chefiada por Gedalya recebiam dinheiro para venderem seus rins. As operações eram realizadas na África do Sul e a organização criminosa foi desarticulada pela Operação Bisturi da Polícia Federal, em dezembro de 2003. A prisão do israelense já foi comunicada ao Tribunal de Justiça de Pernambuco. “Estamos fazendo todos os esforços para que o acusado seja extraditado para o Recife e seja encaminhado para o presídio onde deverá cumprir sua condenação”, afirmou o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro.
Como cometeu outro crime, fugindo quando estava em liberdade condicional, Gedalya deverá ser julgado mais uma vez e terá sua pena aumentada.
O ex-oficial do Exército israelense foi preso no Aeroporto de Fiumicino, mas sua prisão só foi divulgada ontem pela polícia italiana. Tauber teve o livramento condicional revogado e a prisão decretada em 29 de outubro de 2010 pelo juiz Abner Apolinário da Silva. Antes de conseguir escapar do Brasil, o israelense chegou a ficar preso em várias unidades prisionais do estado até chegar à PAI, em março de 2007.
A prisão de Gedalya Tauber aconteceu um mês depois que a Polícia Federal prendeu outra integrante da quadrilha desarticulada há dez anos. Eldênia de Souza Cavalcanti, 63 anos, foi presa em casa, em Boa Viagem, no dia 4 de maio. De acordo com as investigações, Eldênia auxiliava o marido Ivan Bonifácio da Silva, conhecido como Capitão Ivan, oficial reformado da Polícia Militar de Pernambuco, nas atividades que ele desenvolvia dentro da quadrilha.
Ainda segundo a polícia, ela costumava substituir o marido nas ausências, acompanhando os futuros vendedores de rins ao laboratório para realizarem os exames, providenciando os passaportes e até levando as vítimas até o embarque no aeroporto, além de funcionar como intérprete dos aliciados na África do Sul. Eldênia já havia sido presa, mas recorreu da sentença condenatória (de quatro anos, sete meses e 20 dias de reclusão) e aguardava a decisão em liberdade.