Jornal Estado de Minas

Polícia de SP indiciará 10 manifestantes por formação de quadrilha

Agência Estado
De acordo com a Polícia Civil, dez dos 13 detidos por causa do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na noite de terça-feira, 11, serão indiciados por danos ao patrimônio e dois crimes inafiançáveis - formação de quadrilha e incêndio. Entre os detidos estão dois professores, dois jornalistas e uma mulher.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, até as 20h desta quarta, oito deles estavam na carceragem do 2.º DP (Bom Retiro), quatro haviam sido enviados ao Centro de Detenção Provisória Belém 2 e, Stephanie Fenselau, de 25 anos, única mulher do grupo foi levada para o 89° DP.

Um dos detidos, o jornalista Raphael Sanz Casseb, de 26 anos, acusado por dano ao patrimônio, teve fiança estabelecida em R$ 20 mil. O pagamento ainda não foi feito. No 1.º DP (Sé), o artista Daniel Silva Pereira, de 20 anos, e o editor Edson Duda da Silva, de 26, foram detidos em flagrante acusados de pichar o Tribunal de Justiça do Estado e por lesão corporal a policiais militares.

Segundo o delegado Severino Pereira de Vasconcelos, do 78º DP, além dos detidos há ainda uma outra pessoa que já foi qualificada como participante dos crimes durante a manifestação e será averiguada. “As pessoas serão responsabilizadas na medida das suas condutas”, afirmou.

A polícia, entretanto, precisa provar que os manifestantes presos na noite de anteontem na passeata do Movimento Passe Livre estavam reunidos com o objeto de cometer crimes para mantê-los detidos por formação de quadrilha. O entendimento é de especialistas ouvidos pelo Estado, que acreditam na banalização do delito pelos agentes de segurança para coibir os movimentos sociais.

“A formação de quadrilha existe para aquelas pessoas que se organizam com a única e exclusiva intenção de cometer delito”, diz o diretor do Instituto de Ciências Penais, Gustavo Henrique de Souza e Silva. “Pode ser uma estratégia que estão usando para decretar a prisão preventiva.” Para ajudar na defesa dos 13 presos, o promotor Maurício Ribeiro Lopes se comprometeu a contatar a Defensoria Pública do Estado.