O exame para validação de diploma de médico obtido no exterior, o Revalida, deverá ser alterado. Uma das estratégias será calibrar a dificuldade das questões da prova de acordo com o desempenho de estudantes brasileiros, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A ideia é submeter alunos de faculdades brasileiras de Medicina, como parâmetro, a uma prova formada por questões do banco do Revalida. A medida será aplicada ainda neste ano. “O padrão de cobrança dos médicos estrangeiros deve ser similar à formação dos brasileiros”, disse Padilha.
Padilha afirmou que até 2014 serão abertos 35 mil postos de trabalho médico nas Unidades de Pronto-Atendimento. Pelas contas do ministro, isso significa um aumento da demanda de aproximadamente 70 mil profissionais. Há, além disso, um pedido feito por prefeitos de 13 mil profissionais.
“Não há como falar em números exatos sobre qual a necessidade de médicos no País. É certo que o problema terá de ser enfrentado com várias medidas, não apenas com uma.”
Dispensa. A estratégia para atrair médicos estrangeiros para o Brasil passa também pela dispensa do revalida. Duas propostas deverão ser colocadas em prática: convênios de intercâmbio com países como Portugal e Espanha e chamada internacional. O ministro afirmou que estrangeiros, além de passar por um teste de domínio do português, terão seu currículo e histórico escolar avaliado.
“A autorização especial não será concedida de forma imediata. Haverá uma análise prévia”, disse. De acordo com Padilha, a expectativa é de que sejam recrutados de Cuba médicos especializados em saúde da família.
A ideia foi bem recebida pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D’Ávila. Ele observou, no entanto, que as medidas não atenderão os objetivos do ministério. “O problema do País é falta de financiamento na saúde. Falta de estrutura”, disse.
D’Avila afirmou que estudantes de Rio Grande do Norte realizaram a prova de Clínica Médica do Revalida, com um índice de aprovação de 70%. Um número que, em sua avaliação, poderia indicar que o teste não apresenta um alto grau de dificuldade. Padilha, porém, diz que nenhuma prova foi aplicada por iniciativa do ministério.