O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), no entanto, não descarta a possibilidade de o crime ter sido motivado por disputa de terras. A aldeia Paraguassu fica no sul do estado (a 464 quilômetros de Campo Grande), próxima à fronteira com o Paraguai. Tem 2,7 mil hectares, onde vivem 127 famílias.
De acordo com o Cimi, a área é homologada pelo Governo Federal, mas os índios solicitaram ampliação do território por meio de uma revisão. A área reivindicada abrange três fazendas de criação de gado.
Rodrigues seguia andando para fazenda Califórnia, vizinha à aldeia, onde iria receber dinheiro por um trabalho temporário, quando foi surpreendido próximo a um córrego, informou o cacique da aldeia, Nicolau Guarani-Kaiowá.
O pai de Celso, Alessandro Figueiredo, presenciou o crime. "Ele parou o ônibus que eu estava e me disse que pistoleiros tinham tocaiado o filho dele", disse.
Figueiredo relatou à polícia que um homem com uma touca ninja usou uma espingarda para efetuar o primeiro disparo e, em seguida, sacou uma pistola e disparou novamente. A polícia ainda não identificou a autoria do crime.
Celso Rodrigues é o terceiro índio morto no governo Dilma Rousseff. No último dia 30, o terena Oziel Gabriel foi morto a tiros durante conflito com fazendeiros na fazenda Buriti, em Serrolândia, cidade distante 416 quilômetros de Paranhos.
Em novembro passado, um índio da etnia mundurucu foi morto a tiros na região do rio Teles Pires, em Mato Grosso, durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal para combater o garimpo ilegal.