Após os violentos confrontos entre manifestantes e policiais na noite desta quinta-feira (13), no Centro de São Paulo, internautas postaram vídeos no Youtube mostrando atos de abuso cometidos pelas forças de segurança. Em um dos registros (acima), a tropa de choque dispara contra um grupo de jornalistas, que estava cobrindo o protesto. Um dos repórteres grita para avisar que todos ali estavam apenas trabalhando, mas mesmo assim é atacado com bombas de gás lacrimogêneo. Outro material (abaixo) flagra um PM batendo no vidro de uma viatura, em um ato aparentemente de vandalismo.
Vários jornalistas que cobriam a manifestação na capital paulista ficaram feridos. Sete profissionais do jornal “Folha de São Paulo” foram atacados e dois deles sofreram ferimentos no rosto, causados por disparos de balas de borracha. Uma delas, Giuliana Vallone, foi atingida no olho e está hospitalizada. Um fotógrafo do jornal Metro também foi vítima de balas de borracha, enquanto um cinegrafista da Rede Record foi alvo de spray de pimenta.
Veja imagens dos protestos em São Paulo
Veja imagens dos protestos no Rio de Janeiro
Outros jornalistas relataram prisões arbitrárias realizadas pelas forças de segurança. Um repórter da revista Carta Capital foi preso por portar um frasco de vinagre, que ajuda a minimizar os efeitos do gás lacrimogêneo. O Portal Terra também teve repórteres detidos pela PM. Em todos os casos, os profissionais portavam equipamentos e crachás de identificação.
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Repercussão Internacional A Anistia Internacional (AI) manifestou sua preocupação com a violência, a repressão policial e a prisão de jornalistas. "Observamos com preocupação o aumento da violência na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo", disse a AI em comunicado.