Jornal Estado de Minas

Relembre outros movimentos sociais que começaram em meio a eventos esportivos

AFP
As manifestações realizadas no Brasil em plena Copa das Confederações contra o aumento do preço dos transportes públicos e os enormes gastos com o Mundial de 2014 lembram outros movimentos sociais que começaram em meio a eventos esportivos.

Abaixo alguns exemplos:
- 1968 - OLIMPÍADAS DO MÉXICO: Em 2 de outubro, 10 dias antes da abertura dos Jogos, o exército atacou milhares de estudantes que protestavam na praça de Tlatelolco. O tiroteio causou a morte de 44 pessoas, segundo dados oficiais, embora associações de defesa dos direitos humanos citem 300 mortes. Em meio a uma onda de revoltas de jovens em muitos países, os estudantes mexicanos se mobilizaram, a partir do meio do ano, contra o regime do presidente Luis Echeverría.

- 1988 - OLIMPÍADAS DE SEUL: Meses antes da abertura dos Jogos, em setembro, estudantes extremistas denunciaram, em manifestações, que as Olimpíadas seriam um meio de perpetuar a divisão da Coreia. Em junho, uma marcha de estudantes até a fronteira com o vizinho do Norte gerou um confronto com as forças públicas. Dois meses depois, 1.300 estudantes foram presos em Seul quando se dirigiam à zona desmilitarizada. As manifestações não influenciaram o andamento dos Jogos.

- 1998 - COPA DO MUNDO DA FRANÇA: De 1 a 10 de junho, os pilotos da Air France se declararam em greve por reivindicações salariais. O tráfego aéreo ficou quase paralisado. Um acordo para o fim do movimento foi assinado em 10 de junho, dia em que a Copa começou, o que permitiu à companhia cumprir os 160 voos especiais que haviam sido previstos para transportar as seleções e os torcedores entre as 10 cidades onde os jogos foram realizados.

- 2000 - OLIMPÍADAS DE SYDNEY: Os povos aborígenes da Austrália ameaçaram se manifestar na abertura dos Jogos e formar uma corrente humana entre o aeroporto e o centro da cidade para denunciar a discriminação de que se consideravam vítimas. Os protestos foram limitados por divisões internas e a falta de recursos.

- 2010 - COPA DO MUNDO DA ÁFRICA DO SUL: Motoristas de vans, excluídos do esquema de transporte para o Mundial, organizaram greves e manifestações, em alguns casos violentas, em várias cidades, em particular Johannesburgo e Soweto. Os manifestantes eram contrários à criação de novas linhas de ônibus e protestavam a cada etapa do projeto. Os novos ônibus foram alvos de ataques. Uma pessoa morreu e muitas ficaram feridas em 2009 e 2010.

Em julho de 2009, uma greve de uma semana paralisou a construção dos estádios. Cerca de 70 mil trabalhadores, que reivindicavam aumento salarial, conseguiram alcançar seus objetivos.