São paulo, 19 - A revogação do reajuste das tarifas de ônibus, metrô e trem, em São Paulo, anunciada nesta quarta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT), é uma vitória dos protestos de luta contra o aumento das passagens do transporte público. A avaliação é de Natalia Szermeta, uma das coordenadoras estaduais do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). "As manifestações cumpriram seu papel. É um sinal de que, quando os trabalhadores se mobilizam, conseguem arrancar suas reivindicações", declarou Natalia.
Ao lado do Movimento Periferia Ativa (MPA), o MTST organizou manifestações na manhã desta quarta-feira que bloquearam as rodovias Anchieta, em São Bernardo do Campo, Régis Bittencourt, em Taboão da Serra, e a Estrada do M'Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. Os protestos do MTST e do MPA ocorreram em linha com as manifestações que têm ocorrido nas regiões centrais de São Paulo e em outras cidades brasileiras, lideradas, de acordo com eles, pelo Movimento Passe Livre (MPL).
"Os movimentos devem se reunir entre hoje e amanhã para decidir o que faremos. Não esperávamos que a redução ocorresse hoje", afirmou Natalia.
Segundo ela, os movimentos não perderão força depois do anúncio da redução das tarifas de transporte público, pois - apesar de o objetivo dos recentes protestos ter sido atingido - ainda há outras questões que requerem mobilização.
Além da redução das passagens do transporte coletivo, o Movimento Periferia Ativa e o MTST reivindicam medidas de controle sobre o valor dos aluguéis e o fim da repressão aos movimentos populares.