O Palácio Pedro Ludovico, sede administrativa do governo de Goiás, foi cercado nesta quinta-feira por um mar de manifestantes que tomou as principais avenidas do Centro de Goiânia. Os diferentes grupos organizadores avaliaram em mais de 60 mil o número de manifestantes, enquanto a Polícia Militar, que sobrevoou o protesto todo o tempo, estimou em 20 mil pessoas às 20 horas. Este foi o sexto protesto em Goiânia e o mais pacífico, diferente dos anteriores, onde houve muita violência e danos em 35 ônibus e vários terminais.
O governador Marconi Perillo (PSDB) foi o principal alvo das críticas e palavras de ordem, mas cartazes mostravam insatisfação com medidas da administração do prefeito de Goiânia Paulo Garcia - a respeito da tarifa do transporte urbano e alterações no Plano Diretor da Capital, por exemplo -, assim como contra a presidente Dilma Roussef, ambos do PT; e contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP).
Pedras
Na porta do Palácio Pedro Ludovico, alguns manifestantes jogaram pedras em vidros e nos PMs que faziam um cordão cercando praticamente toda a Praça Cívica, onde fica o prédio, com reforço na entrada do Palácio. As pedras não acertaram, mas o grupo foi vaiado pelos demais, que chegaram a se sentar no chão, demonstrando que a iniciativa era de poucos. Mesmo assim, houve correria com a chegada de outro grupo que formava um pequeno pelotão de jovens, todos com panos escondendo o rosto e que marchava no meio da multidão, mas era hostilizado pelos demais com gritos de "sem violência".
Sem prisões
Duas horas depois de iniciada a manifestação, muita gente ainda chegava para o protesto. Os atos de vandalismo ocorreram contra os pontos de ônibus das Avenidas Goiás e Anhanguera, onde o teto de uma das plataformas foi parcialmente danificado. O comandante-geral da corporação, Sílvio Benedito Alves, informou que não houve incidentes graves nem prisões até as 20 horas. A PM escalou 4 mil homens.