Um dos auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira, 21, que a Jornada Mundial da Juventude, prevista para ocorrer no próximo mês no Rio de Janeiro, pode se desenrolar dentro de um clima de manifestações semelhante ao que vive atualmente o País. Ao comentar os danos na entrada do Palácio Itamaraty, alvo de um grupo de pessoas ontem, o ministro também condenou que os protestos tenham, em alguns casos, virado "expressão lamentável e irresponsável de vandalismo que nos não podemos aceitar".
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Itamaraty contabiliza prejuízos após manifestaçãoPrefeito do Rio de Janeiro diz que não tolerará vandalismoUm milhão de pessoas protestam em 75 cidades do País Manifestações foram realizadas em 388 cidadesManifestação termina com bombas de gás e depredações na Esplanada dos Ministérios, em BrasíliaMinistro descarta Força Nacional ou Exército para garantir segurança do papaCarvalho destacou que, por um lado, o governo vê os protestos como uma celebração da democracia, frisando que foi difícil conquistá-la. "A gente acha que as massas nas ruas são importantes porque significam o engajamento da cidadania na busca pelos seus direitos. A jornada é mais um desses eventos de expressão de cidadania. Agora ao mesmo tempo temos de entender que essas manifestações estão demandando mudanças", comentou o ministro.
Para Gilberto, os protestos expressam uma "insatisfação popular expressa, às vezes, de maneira mais adequada, às vezes de maneira menos adequada". Na avaliação do ministro, os manifestantes levantam temas e bandeiras como o combate à corrupção, a exigência de ética na política e a cobrança de serviços públicos de qualidade, exigindo atitudes dos governos - nas três esferas.
Consumo "E também estão a mostrar essa grande camadas de brasileiros que emergiu da exclusão e que passou a consumir, ela quer novos direitos, e é natural e bom que assim seja. Nós mesmos criamos condições para que houvesse um novo padrão de exigência que temos de correr atrás. E procurar atender essas demandas. A atitude do governo federal desde o primeiro momento foi de ir ao encontro das manifestações, abrir o Palácio para conversas com lideranças, tendo a compreensão de que se trata de um novo tipo de movimento, um novo tipo de liderança", prosseguiu o ministro.
Carvalho disse que o que preocupa, no momento, é que as manifestações acabam virando palco de "expressão lamentável e irresponsável de vandalismo que nos não podemos aceitar". A manifestação na Esplanada dos Ministérios reuniu em torno de 30 mil pessoas ontem, segundo a Polícia Militar.