- Foto: Alexandre Guzanche/EM/D.A PRESS
Novas passeatas, mobilizações e até mesmo greves continuam a ser convocadas através das redes sociais em todo o Brasil, para manter a onda de protestos iniciada há duas semanas, a maior nas últimas duas décadas. Para este domingo, o movimento "Dia do Basta" convocou uma caminhada ao longo da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, contra a PEC37, o projeto de reforma constitucional que limita o poder de investigação pelo Ministério Público e que, de acordo com os manifestantes, facilita a impunidade dos corruptos.

Para a próxima quinta-feira, várias mensagens difundidas no Twitter e Facebook evocam uma paralisação das atividades em todo o país. Também para este domingo está sendo organizada uma manifestação na cidade de São Bernardo do Campo, no interior de São Paulo, e em Fortaleza, que receberá o jogo entre Nigéria e Espanha válido pela Copa das Confederações. O jornal Folha de São Paulo publicou neste domingo que os sindicatos ligados a partidos de esquerda estão convocando um dia de greve nacional para quinta-feira, sob o tema "Dia Nacional de Luta".

No sábado, novos protestos foram realizados em mais de cem cidades, apesar do discurso conciliatório da presidente Dilma Rousseff, que prometeu atender as demandas e anunciou um acordo com as autoridades regionais para melhorar os serviços públicos. A maior manifestação de sábado ocorreu em Belo Horizonte, durante uma partida da Copa das Confederações. Apesar de numerosos, os protestos foram menores do que na quinta-feira, quando mais de um milhão de pessoas saíram às ruas de várias cidades do Brasil.

Inicialmente contra o aumento das tarifas dos transportes públicos, as reivindicações se estenderam às melhorias dos serviços públicos e às denúncias de corrupção. Muitos manifestantes também reclamam dos milionários gastos do Estado com a organização da Copa, em vez de investir em saúde e educação.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBOPE e divulgada no sábado, 75% dos brasileiros apoiam os protestos e as demandas por educação, saúde e transportes de melhor qualidade.