"Não tenho monopólio nem unanimidade. Fui reeleito com 67% e 33% dos cidadãos não votaram em mim. Minha luta é que se mantenha no Brasil o debate democrático", afirmou Cabral na sexta-feira, rejeitando, contudo, a análise de que seja o principal alvo das manifestações. No fim de semana, Cabral não quis se pronunciar sobre a manifestação em sua porta e a assessoria não informou se o governador estava no Rio.
Cabral tem conversado quase todos os dias com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas os políticos não conseguem avançar em uma avaliação sobre o futuro dos movimentos que tomaram as ruas do País. "Perplexos", "estupefatos", "assustados" é o que mais se ouve sobre o sentimento dos governantes.
Atacados pelos gastos excessivos com a Copa, Cabral e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) não têm ido além da declaração padrão de que apoiam os movimentos pacíficos e repudiam a violência. Pouco falam sobre reivindicações, com o argumento de que são muito difusas.
Paes garantiu que os investimentos com saúde e educação não serão afetados no corte necessário, segundo o prefeito, para arcar com o impacto de R$ 200 milhões anuais nos cofres municipais em decorrência da diminuição das tarifas em R$ 0,20. Cabral disse se associar às reivindicações por saúde, educação, combate à corrupção e à impunidade e reafirmou ser contra a PEC 37, que restringe o poder de investigação do Ministério Público. Também repudiou o preconceito de qualquer tipo.