As entidades médicas afirmam que o problema do Brasil não é a falta de médicos, mas sim a falta de infraestrutura e condições de trabalho. Cada Estado vai se organizar à sua maneira. Em São Paulo os profissionais vão cruzar os braços a partir das 16h e percorrer a Avenida Paulista durante passeata, realizando um panelaço. Os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.
"O governo quer trazer para o País profissionais de qualidade duvidosa. Além disso, nenhum profissional pode ter acesso ao serviço público brasileiro sem concurso. Se isso acontecer, vamos judicializar essa questão", diz Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos.
"Dizer que o problema da saúde pública brasileira é a falta de médicos é uma afirmação simplista. O problema é a má gestão e a falta de recursos. Nós médicos não aceitamos ser responsabilizados pelos problemas da saúde pública", afirmou Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).
Os médicos também criticaram a afirmação de Padilha de que os médicos estrangeiros passarão por um treinamento e avaliação por três semanas, antes de serem efetivamente contratados. "Estamos ofendidos com essa medida do governo federal. Dizer que vai fazer treinamento é uma das afirmações mais absurdas que existem. Como é possível treinar milhares de médicos em 15 dias?", diz Roberto D'Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Como solução para o problema da falta de profissionais de saúde em áreas remotas e nas periferias, as lideranças médicas afirmaram que vão centralizar esforços na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que cria a carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal, semelhante à de juízes e promotores.
Segundo o CFM, o Brasil possui 400 mil médicos - o que significa 1,98 médico por cada mil habitantes.