Os manifestantes que tinham sido dispersados pela Polícia Militar (PM) voltaram a ocupar a esquina da Rua São Francisco Xavier com a Avenida Maracanã, nesta noite (30), nas imediações do Estádio Jornalista Mário Filho. Um pouco antes, houve confronto e foram usados bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Entre os manifestantes, que comemoram a volta do grupo depois da confronto, a advogada Érica Castro, de 28 anos, disse que os governos deveriam ter outras prioridades que não sejam as competições de futebol. "Temos que vencer esses políticos e garantir serviços públicos decentes", disse.
Já a socióloga Tania Mara Santos, de 29 anos, disse que não tem medo de novo confronto com a PM. "Tenho medo, sim, de perder a luta contra a corrupção, recuamos porque não conseguíamos respirar", declarou Tania. Para ela, é preciso protestar para "mudar a realidade".
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Os manifestantes também pedem o apoio dos policiais do cordão de isolamento que, para eles, sofrem com baixos salários e estão submetidos a riscos com frequência. Sem se identificar, PMs reclamaram que estão sem lanche desde o início da tarde e não podem ser substituídos.
O porta-voz do Batalhão de Operações Especiais (Bope), coronel Ivan Blaz, não foi encontrado para comentar a situação.