Jornal Estado de Minas

Depredações no Itamaraty causaram mais de R$ 18 mil em prejuízos

Sede do Ministério das Relações Exteriores foi vandalizado durante manifestação

Agência Brasil

- Foto: Antonio Cruz/ABr

Os prejuízos causados pelos ataques ao Palácio Itamaraty, durante protesto na Esplanada dos Ministérios há 11 dias, chegaram a R$ 18.414,04, sem considerar as despesas com os reparos nas esquadrias, com a limpeza e segurança extras. Levantamento feito pelo Ministério das Relações Exteriores, ao qual a Agência Brasil teve acesso, mostra que os gastos referem-se apenas à reposição das vidraças destruídas. Foram repostas 65 vidraças danificadas.

 Pelos cálculos do ministério, a reposição de 53 vidraças comuns, de 6 milímetros (mm), custou R$ 15.579,22, enquanto a de dez incolores, também de 6 mm, saiu a R$ 2.129,02 e a substituição de duas vidraças temperadas fumê, de 8 mm, ficou em R$ 642,80.

 

No último dia 20, um dos símbolos de Brasília, o Palácio Itamaraty, foi alvo de vândalos, que se infiltraram nos protestos na Esplanada dos Ministérios, destruíram as vidraças, picharam o edifício e quebraram o tampo de uma mesa. O prédio é referência da arquitetura de Oscar Niemeyer e na área interna há obras raras de artistas consagrados.

 O Itamaraty informou à Agência Brasil que as obras raras não foram atingidas durante os ataques. Conhecido também como Palácio dos Arcos, o Itamaraty tem, em seu interior, exemplares da arquitetura moderna e obras de arte do patrimônio nacional.

 No interior do prédio há painéis de Athos Bulcão, Rubem Valentim, Sérgio Camargo, Maria Martins e afresco de Alfredo Volpi. O paisagismo é de Roberto Burle Marx. O projeto de construção do prédio levou anos para ser concluído devido às dificuldades técnicas para atender às inovações da proposta.

 O Palácio Itamaraty é formado por três edifícios: o prédio principal e os anexos 1 e 2, sendo que este último é conhecido como Bolo de Noiva. Em frente ao edifício, sobre o espelho de água que foi invadido por manifestantes, está a escultura batizada de Meteoro, de Bruno Giorgi.

 No último dia 21, centenas de pessoas participaram de um abraço simbólico ao Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, criticou a violência ao prédio. Ele lembrou, na ocasião, que a imagem do Brasil é de “uma democracia, de uma sociedade aberta e plural, de amantes da paz, amantes do diálogo, e isso não será afetado por um fato isolado”.

 O abraço ao prédio reuniu principalmente funcionários do Itamaraty e alguns parentes, mas também teve a presença de servidores de outros ministérios. O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, atual ministro da Defesa, também participou do ato.