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Estado de Minas

Papa reescreveu seu discurso após saber de manifestações no Brasil

Pontífice afirma que manifestações não contradizem o evangelho


postado em 04/07/2013 07:25 / atualizado em 04/07/2013 07:29

(foto: AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI )
(foto: AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI )

Rio
– O papa Francisco falará sobre as manifestações das últimas semanas no Brasil em seu discurso aos jovens que será realizado durante a Jornada Mundial da Juventude, que acontece entre os dias 23 e 28, no Rio de Janeiro, segundo reportagem do jornal espanhol El País. De acordo com texto do correspondente do diário no Brasil, pessoas ligadas ao Vaticano confirmaram que o papa falará sobre os protestos, e que para o pontífice, as reivindicações por mais justiça “não contradizem o evangelho”.

O papa chega ao Brasil no dia 22. Ele havia escrito seu discurso quando foi alertado por religiosos brasileiros que estiveram em Roma sobre os protestos, segundo o El País. De acordo com o jornal, os bispos que informaram os últimos acontecimentos ao papa preferiram fazê-lo pessoalmente, dada a importância política e social das manifestações.

Quem primeiro esteve no Vaticano foi o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, responsável pela organização da JMJ. Há duas semanas, foi a vez de dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, ir a Roma. O último a se encontrar com o papa, na semana passada, foi o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno.

Em 21 de junho, a CNBB emitiu um documento declarando solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas. O documento, que está nas mãos do papa, segundo El País, descreve as manifestações como “um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência”. O jornal destaca também declarações dadas pelo cardeal dom Cláudio ao voltar do encontro com o papa. “A mensagem de Cristo está em sintonia com essas reinvindicações do povo. Por isso devemos estar presentes. Nas ruas o povo está vivendo o evangelho.”

Na noite do sábado, dom Cláudio defendeu as manifestações e disse, em palestra no Colégio São Bento, na Região Central de São Paulo, que “aqueles que não se sentem ouvidos precisam mesmo ir para as ruas”. O cardeal afirmou aos fieis que o papa não teme que as manifestações prejudiquem sua visita, mas reconheceu que “é difícil fazer previsões neste momento que vive o Brasil”. Mas a mensagem transmitida a Francisco foi de que “os protestos não estão relacionados à visita do pontífice.”

Dom Raymundo Damasceno e seu bispo auxiliar, dom Darci José Nicioli, sugeriram que o papa, na visita a Aparecida, no dia 24, celebre missa no pátio dabasílica, para que maior número de fiéis possa participar da cerimônia. No interior da basílica, que tem capacidade para 30 mil pessoas em pé, seriam admitidas 15 mil, por questão de segurança, enquanto cerca de 200 mil poderiam acompanhar a missa no pátio externo.


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