Jornal Estado de Minas

Vizinhos de Sérgio Cabral reclamam de ação da polícia contra manifestantes no RJ

Moradores afirmam que polícia agiu de forma irresponsável, jogando bombas de gás lacrimogêneo sem necessidade. PM afirma que policiais foram atacados

Agência Brasil
- Foto: Fernando Frazão/ABr
O policiamento em torno do prédio onde mora o governador Sérgio Cabral, na zona sul do Rio de Janeiro, foi reforçado nesta sexta-feira após o protesto de ontem. A manifestação reuniu cerca de 400 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), e terminou em confronto. Pela manhã, moradores do bairro reclamaram da atuação dos policiais contra os manifestantes.
Segundo o engenheiro, Pedro Luiz, que mora a duas quadras do prédio de Cabral, a polícia agiu de forma "irresponsável e desordenada". "Foi um horror. Os policiais usam esse gás lacrimogêneo em qualquer situação. Não existe critério para o uso dessa substância que é extremamente perigosa. Isso sem contar a total falta de organização da operação, sem nenhuma estratégia", disse o morador.

O analista de sistema, Juan Perez, disse que estava na varanda do seu apartamento quando um cheiro forte de gás rapidamente invadiu sua residência. "Minha esposa começou a passar muito mal. O odor é muito desagradável. Esse tipo de coisa deveria ser proibida. Eu não vi quem começou a bagunça, mas esse tipo de conduta dos policiais prejudica moradores e pedestres."

De acordo com a Polícia Militar, os policiais foram atacados e reagiram. Em meio ao tumulto, manifestantes incendiaram lixeiras e uma pilha de engradados de água mineral que estava perto do calçadão da Praia do Leblon.

A Polícia Civil informou que seis pessoas foram detidas e levadas à Delegacia do Leblon. Cinco delas foram autuadas por tentativa de lesão corporal, por jogar pedras em policias, e uma por porte de drogas. Todos foram liberados sem pagamento de fiança. Houve registro de três policiais feridos.