“Só peço a justiça para Brayan”, defendeu Carlos, logo após assistir à missa de sétimo dia em memória de seu sobrinho no início da tarde de hoje na Igreja dos Imigrantes. Ele relembrou o momento de aflição de sua família na madrugada em que foram atacados quando chegavam em casa. Mesmo tendo entregue todo o dinheiro que tinham e implorado para que não matassem ninguém, um dos agressores atirou na cabeça da criança.
Leia Mais
Embaixador pede reação do Brasil uma semana após morte de menino bolivianoSuspeito de atirar em menino boliviano havia sido solto no indulto do Dia das Mães 'Vamos capturar o assassino de Brayan', diz secretárioEmpresário doa R$ 4.500 à família de menino assassinadoCaixa Econômica facilitará abertura de contas por imigrantes após morte de garoto em SPDois suspeitos pela morte do menino boliviano são encontrados mortos em cadeiaA advogada da família, Patrícia Vega, fez um apelo para que a população veja a foto do suspeito pelo assassinato, que tem sido divulgada pelos meios de comunicação, e denuncie ao no Disque Denúncia (181). Segundo ela, quatro equipes de policiais estão procurando os dois foragidos. O principal suspeito “é uma pessoa perigosa, que está armada e a gente só vai conseguir colocá-lo na prisão com ajuda”, diz a advogada. Segundo Patrícia, muitas pessoas a tem procurado para oferecer ajuda financeira à família de Brayan.
Roque Pattussi, coordenador do Centro de Apoio ao Imigrante, disse que há preocupação com o futuro do casal Yanarico, porque essas famílias bolivianas que vêm tentar a sorte no Brasil são suscetíveis a muitas vulnerabilidades e com o retorno ao país de origem, principalmente diante da forma como isso ocorreu carecem de uma assistência especial. Ele informou que o governo brasileiro manifestou solidariedade e que tem sido feito contatos com as autoridades do país vizinho.
Após o ato religioso, os participantes seguiram em passeata até a Praça da Sé, onde ocorreu uma manifestação em que novos pedidos de justiça foram feitos por representantes de vários segmentos sociais entre os quais estavam integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Centro de Apoio aos Imigrantes. Os organizadores estimaram a presença de pouco mais de mil pessoas. Já pelos cálculos da Polícia Militar, em torno de 200 pessoas estavam no ato.