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Trabalho obrigatório no SUS é questionado por estudantes e instituições particularesGoverno inclui emergência no treinamento médicoAnos extras para formar médico assustam escolas privadasMédicos marcam novo protesto contra importação de profissionaisUniversidades indicarão tutores para o 'Mais Médicos'Nessa quarta-feira, o governo iniciou a promoção do projeto em uma turnê que começou em Santiago de Compostela. Coube ao secretário de Gestão do Trabalho, Mozart Sales, fazer a apresentação, se reunir com a conselheira de Saúde da Galícia, Rocio Mosquera, e visitar a Faculdade de Medicina. Segundo ele, desde terça-feira, cerca de 50 pessoas procuraram informações sobre o projeto, que espera atrair 7 mil médicos estrangeiros. Sales completa a viagem nesta semana com encontros em Barcelona e Madri, depois de já ter passado por Lisboa.
A oferta é vista com desconfiança entre os médicos espanhóis. Segundo eles, o que o governo apresenta nas palestras é apenas o dado demográfico das cidades, nível de renda e principais problemas de saúde. Mas não os recursos que garantam hospitais na região. “Os médicos espanhóis não são a solução para as questões de saúde no Brasil”, declarou Rivas.
“Podemos ajudar. Mas, pelas condições que nos foram apresentadas não acredito que mais de uma centena de médicos na Espanha aceite ir ao Brasil. Não haverá uma onda de médicos daqui indo para o Brasil, isso eu posso garantir.” Rivas passou os últimos dois dias em conversas com a delegação do Ministério da Saúde que está na Espanha, que receberá visita do ministro Padilha hoje (11) e amanhã (12).
Vagas
Segundo o conselho, o governo já informou que cerca de 94 municípios terão vagas abertas e que as chamadas serão realizadas a cada 40 ou 60 dias. Os salários seriam de cerca de R$ 10 mil, considerado “bom” para os espanhóis. Mas Rivas, apesar de ver o projeto de uma forma positiva, alerta que isso não será suficiente para o programa funcionar. “O que mais nos preocupa é a falta de informação sobre as cidades para onde esses médicos serão mandados”, explicou Rivas.
“Queremos saber quantas ambulâncias o hospital tem e quais equipamentos. O que não queremos é publicidade enganosa. Os médicos espanhóis têm hoje a chance de ir ao Catar, à Alemanha e ao Reino Unido e, em cada um desses casos, podem ligar e saber exatamente qual a situação. Queremos a mesma coisa do Brasil, mesmo que a informação não seja boa. Mas pelo menos que seja a verdadeira.”
Google A delegação do governo brasileiro chegou a causar surpresa entre os responsáveis da Espanha quando sugeriu que procurassem as cidades no Google. Rivas admite que a situação econômica na Espanha é das mais graves e que 2 mil médicos já deixaram o País nos últimos 12 meses e 3,3 mil estão desempregados. Por isso, ele não descarta que “os mais desesperados” considerem a proposta brasileira.