Parte importante da população carioca vive em uma “periferia insalubre”. O alerta sobre a capital escolhida para acolher o papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é do Vaticano. No guia oficial preparado pela Santa Sé, que será distribuído a partir desta quinta-feira, 18, aos jornalistas internacionais e religiosos que acompanharão o pontífice, a capital fluminense não é só alvo de elogios e é destacada pela desigualdade social.
No guia, o Vaticano também apresenta uma biografia da presidente Dilma Rousseff. Um dos pontos de destaque é a participação de Dilma na “luta armada contra a ditadura militar” e o fato de ter ficado presa durante três anos. Os eventos de 1964 são classificados como “golpe”.
Ela é citada como tendo contribuído para a fundação do PT e por ter promovido uma “profunda reestruturação do setor energético” nacional. O texto cita a filha e o neto de Dilma, mas silencia sobre o divórcio dela. O guia traz informações nem sempre precisas sobre a política externa brasileira. Segundo o documento que será entregue aos jornalistas, o Brasil lançou com Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai em 2006 uma política de integração regional. O documento cita que o Brasil abriu mais uma planta de enriquecimento de urânio e, sobre a situação ambiental, afirma que o País permite a existência de fazendas na Amazônia.
Silêncio papal
O Vaticano afirmou nesta quarta-feira que, diferentemente dos antecessores, Francisco não responderá a perguntas de jornalistas que o acompanharão ao Brasil no mesmo voo. Conforme a Santa Sé, ele transmitirá a mensagem nos 17 discursos que fará enquanto estiver no Brasil.
Cerca de 60 repórteres estarão com o papa no voo fretado da Alitalia que chegará ao País. O Vaticano cobrou de cada um cerca de 5,5 mil euros (R$ 16 mil). No total, a Santa Sé coletará quase R$ 1 milhão da imprensa internacional interessada em viajar com o pontífice.